Desde que nos propomos emitir uma verdade de acordo com as
nossas convicções damos logo a impressão de fazer retórica.
Que espécie de prestidigitação vem a ser essa? Como é que nos nossos
dias não poucas verdades, proferidas que sejam, por vezes, mesmo em
tom patético, imediatamente ganham aspectos retóricos? Porquê é que
na nossa época cada vez há mais necessidade, quando pretendemos
dizer a verdade, de recorrer ao humor, à ironia, à sátira? Porquê adoçar a
verdade como se se tratasse de uma pílula amarga? Porquê envolver as
nossas convicções num misto de altiva indiferença, digamos, de desprezo
para com o público? Numa palavra, porquê certo ar de pícara condescendência?
Em nossa opinião, o homem de bem não tem de envergonhar-se das suas
convicções, ainda mesmo que estas transpareçam sob a forma retórica,
sobretudo se está certo delas.
Fiodor Dostoievski - "Diário de um Escritor"
LIVROS RELEVANTES
- A. Soljenish: Pavilhão de Cancerosos
- Baltasar Gracián: Arte da Prudência
- Charles Baudelaire: Flores do Mal
- Emile Zola: Germinal
- Erich Fromm: Medo à Liberdade
- Fernando Pessoa: O Livro do Desassossego
- Fiódor Dostoiévski: O Eterno Marido
- Franz Kafka: O Processo
- Friedrich Nietzsche: Assim Falou Zaratustra
- Friedrich Nietzsche: Humano, demasiado humano
- Fritjof Capra: O Ponto de Mutação
- Goethe: Fausto
- Goethe: Máximas e Reflexões
- Jean Baudrillard: Cool Memories III
- John Milton: Paraíso Perdido
- Júlio Cortázar: O Jogo da Amarelinha
- Luís Vaz de Camões: Sonetos
- Mario Quintana: Poesia Completa
- Michele Perrot: As Mulheres e os Silêncios da História
- Miguel de Cervantes: Dom Quixote de La Mancha
- Philip Roth: O Anjo Agonizante
- Platão: O Banquete
- Robert Greene: As 48 Leis do Poder
- Salman Rushdie: O Chão que ela pisa
- Schopenhauer: O Mundo como Vontade e Representação
- Stendhal: Do Amor
- Sun Tsu: A Arte da Guerra
- William Faulkner: Luz em Agosto
- William Shakespeare: Hamlet
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