O MEDO DE NÓS MESMOS
Acredito que se um homem vivesse a sua vida plenamente, desse
forma a cada sentimento, expessão a cada pensamento, realidade a
cada sonho, acredito que o mundo beneficiaria de um novo impulso de
energia tão intenso que esqueceríamos todas as doenças da época
medieval e regressaríamos ao ideal helénico, possivelmente até a algo
mais depurado e mais rico do que o ideal helénico. Mas o mais corajoso
homem entre nós tem medo de si próprio. A mutilação do selvagem
sobrevive tragicamente na autonegação que nos corrompe a vida.
Somos castigados pelas nossas renúncias. Cada impulso que tentamos
estrangular germina no cérebro e envenena-nos. O corpo peca uma vez,
e acaba com o pecado, porque a acção é um modo de expurgação.
Nada mais permanece do que a lembrança de um prazer, ou o luxo
de um remorso. A única maneira de nos livrarmos de uma tentação
é cedermos-lhe. Se lhe resistirmos, a nossa alma adoece com o anseio
das coisas que se proibiu, com o desejo daquilo que as suas monstruosas
leis tornaram monstruoso e ilegal. Já se disse que os grandes
acontecimentos do mundo ocorrem no cérebro. É também no cérebro,
e apenas neste, que ocorrem os grandes pecados do mundo.
OSCAR WILDE
LIVROS RELEVANTES
- A. Soljenish: Pavilhão de Cancerosos
- Baltasar Gracián: Arte da Prudência
- Charles Baudelaire: Flores do Mal
- Emile Zola: Germinal
- Erich Fromm: Medo à Liberdade
- Fernando Pessoa: O Livro do Desassossego
- Fiódor Dostoiévski: O Eterno Marido
- Franz Kafka: O Processo
- Friedrich Nietzsche: Assim Falou Zaratustra
- Friedrich Nietzsche: Humano, demasiado humano
- Fritjof Capra: O Ponto de Mutação
- Goethe: Fausto
- Goethe: Máximas e Reflexões
- Jean Baudrillard: Cool Memories III
- John Milton: Paraíso Perdido
- Júlio Cortázar: O Jogo da Amarelinha
- Luís Vaz de Camões: Sonetos
- Mario Quintana: Poesia Completa
- Michele Perrot: As Mulheres e os Silêncios da História
- Miguel de Cervantes: Dom Quixote de La Mancha
- Philip Roth: O Anjo Agonizante
- Platão: O Banquete
- Robert Greene: As 48 Leis do Poder
- Salman Rushdie: O Chão que ela pisa
- Schopenhauer: O Mundo como Vontade e Representação
- Stendhal: Do Amor
- Sun Tsu: A Arte da Guerra
- William Faulkner: Luz em Agosto
- William Shakespeare: Hamlet
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