Foi num momento de saudade e tédio,
de grande tédio, e singular Saudade,
que o Diabo, já das culpas sem remédio,
para formar a egrégia majestade,
gerou, da poeira quente das areias
das praias infinitas do Desejo,
essa langue sereia das sereias,
desencantada com o calor de um beijo.
Formou a flor de encantos esquisitos
e de essências esdrúxulas e finas,
pondo nela oscilantes infinitos
de vaidades e graças femininas.
Para haver mais requinte e haver mais vida,
doce beleza e original carícia,
deu-lhe uns toques ligeiros de ave esquiva
e uma auréola de malícia.
E deu-lhe a quintessência dos aromas,
sonoras harpas de almas, extravagâncias,
pureza hostial e púbere de pomas,
toda a melancolia das distâncias...
Mas hoje o Diabo já senil, já fóssil,
da sua Criação desiludido,
perdida a antiga ingenuidade dócil,
chora um pranto noturno de Vencido!
(CRUZ E SOUZA)
LIVROS RELEVANTES
- A. Soljenish: Pavilhão de Cancerosos
- Baltasar Gracián: Arte da Prudência
- Charles Baudelaire: Flores do Mal
- Emile Zola: Germinal
- Erich Fromm: Medo à Liberdade
- Fernando Pessoa: O Livro do Desassossego
- Fiódor Dostoiévski: O Eterno Marido
- Franz Kafka: O Processo
- Friedrich Nietzsche: Assim Falou Zaratustra
- Friedrich Nietzsche: Humano, demasiado humano
- Fritjof Capra: O Ponto de Mutação
- Goethe: Fausto
- Goethe: Máximas e Reflexões
- Jean Baudrillard: Cool Memories III
- John Milton: Paraíso Perdido
- Júlio Cortázar: O Jogo da Amarelinha
- Luís Vaz de Camões: Sonetos
- Mario Quintana: Poesia Completa
- Michele Perrot: As Mulheres e os Silêncios da História
- Miguel de Cervantes: Dom Quixote de La Mancha
- Philip Roth: O Anjo Agonizante
- Platão: O Banquete
- Robert Greene: As 48 Leis do Poder
- Salman Rushdie: O Chão que ela pisa
- Schopenhauer: O Mundo como Vontade e Representação
- Stendhal: Do Amor
- Sun Tsu: A Arte da Guerra
- William Faulkner: Luz em Agosto
- William Shakespeare: Hamlet
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