Heráclito estava certo: " não se nada duas vezes no mesmo rio" - na
segunda vez as águas não mais serão as mesmas e nem será o mesmo
homem a banhar-se nelas. A frase resume toda a filosofia de Heráclito,
que acreditava que tudo é mudança, que nada permanece estável.
Apesar de já passado vários séculos, a frase só a frase não sofreu
mudança.... mas é esta a características dos conceitos:são eternos!
Mas nem sempre estamos preparados para ter um visão clara da
dialética da mudança; nosso envolvimento nos rouba a objetividade
e nos torna testemunhas deficientes... Como se estivéssemos presos
afetivamente num abismo, onde a mente teimosamente se trancou
e de onde a única saída seria a escolha do ato
"psicologicamente correto",
o ato que nos devolve a lucidez perdida.
O amor esteve sempre, e continuará sempre, entre as grandes
forças da alma humana, que as arrastam por caminhos muito diferentes
daqueles que a sabedoria imagina. Mas não se deve esquecer que os
sentimentos são desencadeados por pensamentos, e de posse de
uma nova lucidez e de um modo mais sensato de "enxergar" o outro,
pode-se tirar toda a carga afetiva que embaraça o pensar correto.
Assim como o rio, nós também somos seres em mudança e o caráter
efêmero de nossa existência sempre nos faz ir de encontro à pergunta
essencial: o que tem sentido? E a objetividade recolocada em sua
posição de comando responde: não tem sentido construirmos uma
"casa magnífica" e deixar que outros decidam sobre ela; não tem sentido
andar em círculos em volta de um abismo escuro, se podemos escolher
os campos abertos e cheios de sol; não tem sentido cantar belas
canções
para quem não está disposto a ouvir.
O grande trunfo da vida, desde que Eva providencialmente comeu aquela
famosa maçã é o nosso poder de escolha. E respeitar escolhas alheias
é um grande passo para também fazermos as nossas.
(YEDRA)
LIVROS RELEVANTES
- A. Soljenish: Pavilhão de Cancerosos
- Baltasar Gracián: Arte da Prudência
- Charles Baudelaire: Flores do Mal
- Emile Zola: Germinal
- Erich Fromm: Medo à Liberdade
- Fernando Pessoa: O Livro do Desassossego
- Fiódor Dostoiévski: O Eterno Marido
- Franz Kafka: O Processo
- Friedrich Nietzsche: Assim Falou Zaratustra
- Friedrich Nietzsche: Humano, demasiado humano
- Fritjof Capra: O Ponto de Mutação
- Goethe: Fausto
- Goethe: Máximas e Reflexões
- Jean Baudrillard: Cool Memories III
- John Milton: Paraíso Perdido
- Júlio Cortázar: O Jogo da Amarelinha
- Luís Vaz de Camões: Sonetos
- Mario Quintana: Poesia Completa
- Michele Perrot: As Mulheres e os Silêncios da História
- Miguel de Cervantes: Dom Quixote de La Mancha
- Philip Roth: O Anjo Agonizante
- Platão: O Banquete
- Robert Greene: As 48 Leis do Poder
- Salman Rushdie: O Chão que ela pisa
- Schopenhauer: O Mundo como Vontade e Representação
- Stendhal: Do Amor
- Sun Tsu: A Arte da Guerra
- William Faulkner: Luz em Agosto
- William Shakespeare: Hamlet
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